domingo, 30 de novembro de 2014

Síntese do Texto: Uma polêmica em relação ao exame

“UMA POLÊMICA EM RELAÇÃO AO EXAME”

Ángel Díaz Barriga

O autor afirma que o exame se reflete diretamente sobre o nível de aprendizagem do aluno, não é ele que move o ensino. Nem sempre o exame está relacionado com o resultado das notas ou da certificação da aprendizagem.
Segundo Barriga, a pedagogia do exame criou mais consequências do que resolveu problemas para a educação. O exame é considerado um instrumento a partir do qual se reconhece o aprendizado, em contrapartida o exame não indica realmente qual é o nível de saber de um sujeito. Existem 3 evidências importantes que mostram a finalidade do Exame na prática pedagógica, são eles:
1º: O exame foi um instrumento criado pela burocracia chinesa para que fossem eleitos membros de castas inferiores às altas castas.
2º: Antes da Idade Média não existia um sistema de exames ligado a prática educativa.
3º: Porque a atribuição de notas ao trabalho escolar é uma herança do século XIX à pedagogia.
A estrutura social é importante, pois sem uma estrutura social adequada, a qualidade da educação vai ser baixa. Uma das atribuições ao exame é determinar que um sujeito pode ou não ser promovido de uma série para a outra.
Em uma segunda inversão sobre o exame, Comenius afirma que a função do exame consiste em ser a ultima parte do método que pode ajudar a aprender. O exame servia para qualificar o desempenho estudantil.
A pedagogia do exame consistia em uma pedagogia articulada em função da certificação. No século XX a pedagogia deixou de referir-se ao termo exame, sendo substituído por teste e posteriormente por avaliação. As duas concepções foram resultado de um processo de transformação social que ocorreu na industrialização monopólica.
Os testes eram empregados na seleção das forças armadas, no conjunto social e nas escolas. Os testes de inteligência eram aplicadas para determinar que os sujeitos sociais marginalizados possuíssem um coeficiente intelectual abaixo do normal. Eram usados também para justificar a necessidade de eliminar aos que, por seu escasso coeficiente, não deviam estar na escola.
O uso de testes educativos no plano da ideologia possibilitou que a escola debatesse sobre as diferenças individuais, ou os estudantes mereciam receber educação em virtude da sua inteligência ou eram destinados a ser operários nas fábricas por ter um nível de conhecimento mais baixo que o exigido.
Já o uso dos testes no plano político permitia justificar o acesso à escola de acordo com as condições individuais. O sistema educacional Mexicano desde muito cedo incorporam em seu sistema de ensino os testes de aprendizagem sob a forma de provas objetivas.
Especialistas em avaliação da aprendizagem em geral não tem uma formação sólida. Então a avaliação é vista como atitude crítica e que vai além da aplicação do exame.
Barriga conclui que uma vez recuperada a sala de aula como espaço de reflexão, debate e organização de pensamentos, o problema do exame se tornará totalmente secundário. Pois a pedagogia preocupou-se tanto com as questões de exames e notas, que acabou caindo em uma armadilha que impede a percepção de estudos sobre os grandes problemas existentes na educação.


BARRIGA, Angel Diaz. Uma polêmica em relação ao exame. In. ESTEBAN, Maria Tereza (Org.). Avalição: uma prática em busca de novos sentidos. 5. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 51-82.