domingo, 30 de novembro de 2014

Síntese do Texto: Avaliação da Aprendizagem Escolar: Apontamentos Sobre a Pedagogia do Exame

“AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: APONTAMENTOS SOBRE A PEDAGOGIA DO EXAME”.

Cipriano Carlos Luckesi

O autor relata que o processo de avaliação da aprendizagem começou a ter um espaço amplamente maior nos processos de ensino direcionada a “pedagogia do exame”. Sendo assim o exercício pedagógico escolar é centrado mais para a pedagogia do exame do que a pedagogia do ensino/aprendizagem.
A prova é bastante utilizada pelos professores como instrumentos de ameaça para forçar os alunos a aprender determinada disciplina, utilizando do medo da reprovação para levar o aluno a estudar, muitas vezes por essa pressão toda, o aluno decora as respostas para obter a nota, sem se preocupar com a aprendizagem do conteúdo.
Muitas vezes as provas aplicadas aos alunos não são para auxiliar o processo de aprendizagem e sim para “provar” os alunos, os professores muitas vezes aplicam uma complexidade muito maior nas provas do que aquilo trabalhado em sala de aula, então essas provas muitas vezes são para “reprovar” o aluno.
            Comênio afirma que o medo é um excelente fator para manter a atenção do aluno na disciplina, com isso eles aprenderão com muito mais facilidade, sem fadiga e com economia de tempo.
            O fetiche e o medo estão ligados diretamente na pedagogia de ensino atual, mas a pior delas é o medo, pois através desse método é pregado o “castigo” como instrumento gerador do medo, atualmente não se usa mais os castigos físicos, porém o que é utilizado é um tipo de castigo ainda pior, o castigo psicológico.
            A pedagogia do exame possui algumas consequências visíveis: as consequências pedagógicas, psicológicas e sociológicas.
            Pedagogicamente, a avaliação da aprendizagem, na medida em que está voltada para os exames, não cumprirá a sua função de subsidiar a decisão da melhoria de aprendizagem e sim são centradas só as notas.
            Psicologicamente, a avaliação da aprendizagem utilizada de modo fetichizado é útil ao desenvolvimento de autocensura, o autocontrole psicológico segundo o autor pode ser a pior forma de controle, pois transforma o sujeito uma “presa” de si mesmo.
            Sociologicamente, a avaliação de aprendizagem utilizada de modo fetichizado é útil para os processos de seletividade social. Neste caso o autor conclui que esse tipo de avaliação está muito mais articulada com o fator “reprovação” do que “aprovação” e é ai que entra a sua contribuição para a seletividade social.


LUCKESI, Cipriano Carlos. A avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p.35-44.